Em evento da OTAN, Biden chama Zelensky da Ucrânia de 'Presidente Putin'

“Senhoras e senhores, presidente Putin”, disse Biden, referindo-se a Zelenskiy antes de se corrigir.

Washington:

O presidente dos EUA, Joe Biden, apresentou erroneamente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, como seu inimigo russo, Vladimir Putin, em uma cúpula da OTAN na quinta-feira, em um erro crasso poucas horas antes de uma conferência de imprensa que poderia decidir o destino de sua candidatura à reeleição.

O homem de 81 anos corrigiu-se rapidamente e Zelensky brincou dizendo que era “melhor” do que Putin, mas a gafe intensificou as preocupações sobre a acuidade mental de Biden após um desempenho desastroso no debate contra Donald Trump, há duas semanas.

“E agora quero passar a palavra ao presidente da Ucrânia, que tem tanta coragem quanto determinação, senhoras e senhores, o presidente Putin”, disse Biden ao anunciar um pacto OTAN-Ucrânia na cimeira em Washington.

Biden afastou-se do púlpito antes de voltar e exclamar: “Presidente Putin! Ele vai derrotar o Presidente Putin. Presidente Zelensky – estou tão concentrado em derrotar Putin que temos de nos preocupar com isso. De qualquer forma, Senhor Presidente.”

O erro provocou espanto na sala, mas Zelensky, o líder da Ucrânia durante a guerra contra a invasão da Rússia em 2022, riu.

Outros líderes presentes na cimeira responderam a perguntas sobre Biden e as suas respostas foram em grande parte favoráveis.

“Deslizes de língua acontecem, e se você ficar de olho em todos, você encontrará o suficiente”, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, após a última gafe do presidente.

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Biden parecia “no comando”, enquanto o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que “estava em boa forma”.

Mas seu último deslize verbal não poderia ter ocorrido em pior momento, já que Biden deve dar na quinta-feira o que a Casa Branca chamou de entrevista coletiva de “garotão”, sua primeira aparição importante desde o debate.

A aparição solo, um raro encontro improvisado com repórteres, ocorre em meio a apelos crescentes em seu Partido Democrata para que ele se afaste.

A coletiva de imprensa estava marcada para começar às 18h30 (22h30 GMT), mas deve atrasar cerca de uma hora.

– Pressão crescente –

Tem havido uma batida constante de democratas pedindo que Biden abandone sua candidatura de 2024.

O ator de Hollywood e bem relacionado apoiador democrata George Clooney pediu a Biden que abandonasse a disputa, e a grande estrela do partido, Nancy Pelosi, não chegou a apoiá-lo totalmente.

Cerca de 14 membros democratas da Câmara dos Representantes instaram abertamente o homem que derrotou Trump há quatro anos a desistir, juntamente com um senador democrata.

Uma pesquisa divulgada na quinta-feira mostrou que mais da metade dos democratas dizem que Biden deveria encerrar sua candidatura a um segundo mandato, e dois terços dos americanos acreditam que ele deveria desistir da disputa.

Mas o ex-presidente e o atual presidente permanecem empatados com 46 por cento, de acordo com a pesquisa Washington Post-ABC News-Ipsos.

A campanha de Biden, no entanto, estava testando silenciosamente a força da vice-presidente Kamala Harris em um possível confronto contra Trump, informou o The New York Times.

Enquanto isso, alguns dos assessores de longa data do presidente estão discutindo como persuadi-lo de que ele deveria se afastar, disse também o jornal, citando fontes anônimas.

A Casa Branca disse que o relatório era “inequivocamente” falso.

O outrora falante Biden deu menos conferências de imprensa do que os seus antecessores, e as recentes apenas foram com líderes estrangeiros, restritas a duas perguntas cada.

Juntamente com a falta de entrevistas, levou os críticos a acusar a Casa Branca de proteger os efeitos da idade no presidente mais velho dos Estados Unidos.

Biden classificou o colapso do debate como uma “noite ruim”, culpando o frio e o jet lag.

Mas Clooney tentou torpedear a narrativa de que se tratava de algo único, dizendo que era “devastador” admitir, mas os sinais também ficaram claros em um evento de arrecadação de fundos em Los Angeles, em 15 de junho, que ele organizou.

Biden insistiu que está empenhado em concorrer em novembro e, com as votações nas primárias do Partido Democrata, não há maneira real de forçá-lo a sair.

A sua campanha reagiu na quinta-feira com uma nova campanha publicitária no último dia da cimeira da NATO, retratando Trump como um “cachorro de colo” de Putin.

Os aliados da NATO também têm procurado garantias sobre as capacidades de liderança de Biden e sobre os seus receios de que o regresso do isolacionista e elogiador de Putin, Trump, possa significar problemas para a aliança.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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