“Este é o nosso lindo país”, disse Muhammad Yunus
Muhammad Yunus, do Bangladesh, que deverá liderar um governo interino após a deposição do primeiro-ministro, apelou à calma e instou as pessoas a aproveitarem a oportunidade para construir uma nação melhor.
“Apelo fervorosamente a todos para que mantenham a calma. Por favor, evitem todos os tipos de violência”, disse o pioneiro das microfinanças, vencedor do Nobel, num comunicado, um dia antes do seu esperado regresso da Europa ao país.
“Tenham calma e preparem-se para construir o país. Se seguirmos o caminho da violência, tudo será destruído”.
O homem de 84 anos liderará um governo provisório depois que protestos em massa forçaram a fuga da primeira-ministra de longa data, Sheikh Hasina, disse a presidência.
“Este é o nosso lindo país com muitas possibilidades interessantes”, acrescentou.
“Devemos proteger e torná-lo um país maravilhoso para nós e para as nossas gerações futuras.”
Hasina fugiu de helicóptero na segunda-feira, depois de mais de um mês de protestos liderados por estudantes, que começaram como uma campanha contra as cotas de empregos no serviço público, mas se transformaram em exigências de renúncia do líder.
“Parabenizo os corajosos estudantes que assumiram a liderança para tornar possível o nosso Segundo Dia da Vitória, e ao povo por lhes dar total apoio”, acrescentou Yunus.
“Vamos aproveitar ao máximo a nossa nova vitória. Não vamos deixar que isto escape por causa dos nossos erros.”
Ele disse que deseja realizar eleições “dentro de alguns meses”.
Em Janeiro, ele e três colegas de uma das empresas que fundou foram condenados a penas de prisão de seis meses – mas imediatamente libertados sob fiança enquanto se aguarda recurso – por um tribunal do trabalho de Dhaka, que concluiu que não tinham conseguido criar ilegalmente um fundo de assistência social aos trabalhadores. .
Todos os quatro negaram as acusações e, com os tribunais acusados de aprovar decisões por parte do governo de Hasina, o caso foi criticado como tendo motivação política por órgãos de vigilância, incluindo a Amnistia Internacional.
Mais tarde, Yunus viajou para o exterior – mas deverá voar da Europa para chegar a Dhaka no início da tarde de quinta-feira.
O principal líder político, Tarique Rahman, presidente em exercício do antigo Partido Nacional de Bangladesh, de oposição, falou por meio de transmissão de vídeo para uma gigantesca manifestação de apoiadores em Dhaka.
Rahman, que se exilou em Londres durante o governo de Hasina, apelou à realização rápida de eleições.
“A votação deve ser realizada o mais rápido possível”, disse Rahman, também pedindo calma.
Desde que Hasina fugiu, a polícia relatou que multidões lançaram ataques de vingança contra os seus aliados.
“Não façam justiça com as mãos”, disse aos apoiantes do BNP.
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