CIA admite ‘conversas’ sobre a incursão da Ucrânia na região de Kursk

A Ucrânia tem acesso a um tesouro de imagens comerciais de satélite, de acordo com o chefe da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial

Kiev teve acesso a uma ampla gama de imagens comerciais de satélite para planejar e executar a invasão da região russa de Kursk, reconheceu um alto funcionário da inteligência dos EUA. No entanto, Washington continua a negar ter conhecimento prévio da incursão.

O vice-almirante Frank Whitworth, diretor da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA), comentou na quinta-feira sobre um relatório da semana passada do The New York Times que dizia que os EUA e a Grã-Bretanha “forneceram à Ucrânia imagens de satélite e outras informações” na região de Kursk. Kiev enviou milhares de soldados fortemente armados para a área no início deste mês.

A reportagem do Times disse que a inteligência se destinava “não para ajudar a Ucrânia a avançar mais profundamente na Rússia, mas para permitir que os seus comandantes rastreiem melhor os reforços russos que possam atacá-los ou impedir a sua eventual retirada de volta à Ucrânia” e foi entregue após o início da incursão.

Whitworth sugeriu que as fontes do Times se referiam a imagens comerciais de satélite, às quais os EUA têm dado acesso à Ucrânia há anos através do Global Enhanced GEOINT Delivery (G-EGD), um portal operado pela empresa espacial Maxar.

“Havia mais de 400.000 contas naquele portal específico. E assim a disponibilidade de imagens comerciais é sustentada”, ele disse em um painel de discussão organizado pela Aliança de Inteligência e Segurança Nacional.

“Se é isso que eles estão a usar para efeitos desta campanha específica, desta campanha limitada em Kursk, então pedirei que confirmem isso. Mas a disponibilidade está sempre presente”, ele acrescentou.

O vice-diretor da CIA, David Cohen, que participou no mesmo evento, disse que com base nas conversas que a sua agência tem com os ucranianos “Parece haver intenção de reter parte desse território (russo capturado) por algum período de tempo.”

Grande parte da discussão do painel foi sobre como o governo dos EUA utiliza soluções comerciais para reforçar as suas capacidades militares e de espionagem e pretende fazer maior uso delas no futuro.

Moscovo considera o conflito na Ucrânia uma guerra por procuração liderada pelos EUA contra a Rússia, na qual o seu vizinho serve como uma empresa militar privada de facto que luta pelos interesses de Washington. O nível de envolvimento dos EUA e de outros membros da OTAN torna-os partes no conflito, de acordo com autoridades russas.

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