Marcha ao inexplorado: Espanha, no primeiro revezamento por equipes mistas

MVá para o inexplorado. A seleção espanhola, composta por cinco homens e cinco mulheres, enfrenta um teste desconhecido, quase experimental, cenário inédito em que, porém, a Espanha buscará medalhas nos próximos Jogos Olimpíadas de Paris. Trata-se do revezamento de equipes mistas de 42,195 quilômetros – ou ekiden –, prova que a World Athletics e o COI implementaram para substituir os clássicos 50 km do programa.

Além da distribuição da prova – em que o homem faz o primeiro e o terceiro posto e a mulher, o segundo e o quarto -, A maior incerteza está em como os atletas irão enfrentar e assimilar o tempo de parada entre os revezamentos, em que devem recuperar de um esforço e preparar-se para outro.

“É realmente uma experiência. Vamos ver se o treinamento específico que fizemos dá frutos”, disse o técnico José Antonio Quintana, que com seu grupo trabalhou em sessões mais longas com paradas de aproximadamente 45 minutos em que tenham feito bicicleta elíptica ou suave.

É um experimento, na verdade. Vamos ver se o treinamento específico que fizemos dá frutos.

José A. Quintana, treinador

“A questão é que na área de recuperação nas competições oficiais com certeza não haverá bicicletas ou elípticos, então os atletas vão trocar de roupa, descansar alguns minutos e recomeçar o aquecimento”, explica Quintana.

Como um teste de 35 km

Embora os atletas percorram aproximadamente 20 quilômetros, As consequências no corpo serão mais parecidas com as de uma prova de 35 quilômetros. “São duas etapas de aproximadamente 10 quilômetros, mas enquanto espera o atleta não desliga e isso causa cansaço mental. Por isso as sensações que eles relatam após o treino são de ter feito mais quilômetros”, diz Quintana.

Vários fisiologistas da UCAM coletarão dados durante a competição aos cinco casais espanhóis pré-selecionados pela Federação, que serão formados de acordo com a chegada à meta do Nacional de Saragoça, com Paul McGrath e Cristina Montesinos à frente. Haverá também outras seleções nacionais, além de portuguesa e mexicana.

Análise UCAM

O objetivo é analisar os parâmetros, principalmente o período de descanso entre os turnos, para otimizar o desempenho futuro. “É uma prova muito nova, não tanto pela distância, o que também é verdade, mas pela paragem. E é aí que vamos ter impacto”, explica Álvaro Martín, bicampeão mundial, ao MARCA . “Teremos que avaliar as estatísticas, mas se nos aplicarmos nesse aspecto pode ser uma vantagem”.

Porque o desafio da Espanha é qualificar duas seleções para os Jogos Olímpicos de Paris. Estes bilhetes, concretamente 22 dos 25 lugares, serão atribuídos no Campeonato Mundial de Caminhada que se realizará em abril em Antalya, onde a Espanha competirá com três duplas, como as grandes potências, como o Japão, a China ou a Itália. “O potencial da Espanha é enorme e nos Jogos também teremos opções de medalhas neste evento”, finaliza Quintana.

O revezamento de equipes mistas, apenas em Paris… por enquanto

A prova de revezamento por equipes mistas entrou no programa olímpico dos Jogos de Paris, substituindo os 50 quilômetros. Mas no próximo ciclo olímpico, tanto nos Europeus como nos Mundiais, serão os 35 km – que estreou em Eugene 2022 – que serão disputados ao lado dos 20 km. Portanto, o ‘ekiden’ será testado na capital parisiense, embora possa não continuar na LA 2028.



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