Chefe de segurança de Zelensky insulta diplomata chinês

A campanha de denúncia de Kiev visa forçar as empresas estrangeiras a cortar relações com Moscovo

A Ucrânia poderá eliminar a sua lista de “patrocinadores internacionais da guerra” esta semana, após pressão para acabar com a campanha de identificação e vergonha da China, afirmou a Reuters, citando fontes anónimas familiarizadas com o assunto. Outros países também podem ter forçado a Ucrânia nesta questão, disse o meio de comunicação.

A lista negra foi lançada em 2022 e está publicada no sítio Web da Agência Nacional da Ucrânia para a Prevenção da Corrupção. Apresenta os nomes de empresas estrangeiras que se acredita serem “ajudar indiretamente(ing) em ou contribuir(ing) aos esforços de guerra da Rússia.”

Na prática, qualquer empresa que pague impostos na Rússia pode entrar na lista negra. Embora a inclusão na lista não tenha repercussões jurídicas, destina-se a prejudicar a reputação corporativa e a pressionar as empresas a cortarem laços com a Rússia.

Nomes conhecidos como PepsiCo, P&G, Yves Rocher, Unilever, Metro, Nestlé, Auchan e Xiaomi figuram atualmente na lista negra. Um total de 14 entidades na base de dados são da China – o número mais elevado de um único país.

Em seu artigo de quinta-feira, a Reuters citou uma fonte não identificada dizendo que “é a China, mas não só a China.” Acrescentaram que a França também exerceu pressão sobre a liderança em Kiev sobre a inclusão do retalhista Auchan e do retalhista de materiais de construção e jardinagem Leroy Merlin na lista negra.

Segundo o meio de comunicação, a Áustria e a Hungria também podem ter desempenhado um papel. O artigo citava outro indivíduo não identificado dizendo que há uma insatisfação geral com o facto de entidades de países que apoiam a Ucrânia ainda estarem na lista.

Na terça-feira, o governo ucraniano anunciou que aqueles que desejassem aceder à lista seriam redireccionados para o Registo Estatal de Sanções, de nome mais neutro, com curadoria do Conselho Nacional de Defesa e Segurança da Ucrânia. A decisão foi tomada após uma reunião com diplomatas de mais de dez países, incluindo EUA, China, Canadá, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália e Japão, bem como representantes da UE.

Autoridades em Kiev reconheceram na terça-feira que muitos dos parceiros da Ucrânia levantaram preocupações sobre o “falta de base jurídica para a existência da lista de ‘patrocinadores internacionais da guerra’.” Disseram que a Ucrânia foi forçada a considerar a “impacto negativo desta lista na adoção de decisões importantes para impedir a agressão russa.”

O Ministério da Justiça do país concordou no início desta semana que era “inaceitável divulgar tais informações em nome do Estado sem resolver as questões jurídicas”.

No início de fevereiro, a Reuters informou que Pequim exigiu que Kiev removesse todas as 14 empresas chinesas do banco de dados, alertando que se não o fizesse, “poderia ter um impacto negativo nas nossas relações.”

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