Conferência de Zelensky não é sobre paz – Kremlin

A cimeira na Suíça não porá fim ao conflito na Ucrânia devido à ausência da Rússia e da China, afirmou o FM eslovaco

É pouco provável que a “cimeira de paz” da Ucrânia, sediada na Suíça, produza quaisquer resultados substanciais porque vários grandes agentes do poder, incluindo a Rússia, não enviaram delegações ao evento, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Juraj Blanar.

Numa publicação no Facebook na sexta-feira, Blanar, que representa o seu país na conferência de 15 a 16 de junho perto do Lago Lucerna, depois do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, ter sido gravemente ferido numa tentativa de assassinato no mês passado, lançou dúvidas sobre a conferência.

Espera-se que a tão elogiada “cimeira de paz” na Ucrânia gire em torno de vários pontos da “fórmula de paz” de Vladimir Zelensky, incluindo trocas de prisioneiros e segurança nuclear e alimentar. O plano, que também inclui uma exigência de que a Rússia se retire de todos os territórios reivindicados por Kiev, foi rejeitado por Moscovo como desligado da realidade.

O Presidente russo, Vladimir Putin, considerou a conferência um truque ocidental para criar a ilusão de uma coligação global anti-Rússia e desviar a atenção das causas profundas do conflito.

Embora sublinhando que a Eslováquia tem apoiado consistentemente todas as iniciativas de paz destinadas a pôr fim ao conflito, Blanar disse que “Não espera que a conferência traga uma conclusão definitiva, porque a Federação Russa estará ausente, assim como outros atores globais, como a China.”

A Eslováquia acredita que as hostilidades só podem ser resolvidas diplomaticamente, acrescentou.

Moscovo afirmou que o principal objectivo da cimeira é impor uma “ultimato” na Rússia.

A China também decidiu não enviar uma delegação, dizendo que falta ao evento “três elementos importantes” – reconhecimento do evento por parte de Moscovo e de Kiev, participação igualitária de todas as partes e uma discussão justa de todas as propostas de paz.

A China também apresentou o seu próprio plano de paz, que foi elogiado por Moscovo. Isso exige “respeitando a soberania de todos os países” e “abandonar a mentalidade da Guerra Fria”.

Na sexta-feira, Putin apresentou uma nova proposta para resolver o conflito com a Ucrânia. Ele disse que Moscou iniciaria negociações com Kiev assim que retirar suas tropas das regiões russas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhye. A Ucrânia também deve comprometer-se com a neutralidade, “desnazificação”, e “desmilitarização,” disse ele, acrescentando que este acordo deveria levar ao levantamento das sanções ocidentais contra a Rússia. Tanto Kiev como a NATO rejeitaram a proposta.

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