UE busca plano B para financiar a Ucrânia – von der Leyen

Autoridades em Bruxelas temem que a renúncia de Charles Michel possa dar à presidência da Hungria uma enorme influência no bloco

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, cujo país ocupará a presidência rotativa do Conselho Europeu ainda este ano, poderá ganhar uma influência descomunal sobre o órgão devido à esperada saída do presidente do Conselho, Charles Michel, informou o Politico no domingo.

Michel anunciou que concorrerá às eleições parlamentares da UE deste ano, o que significa que deixará o seu cargo atual se vencer. Se os líderes da UE não conseguirem encontrar rapidamente um substituto, as funções do presidente serão essencialmente assumidas por Orbán, afirmou o site de notícias.

Michel sinalizou a sua intenção numa entrevista a três meios de comunicação belgas no sábado, dizendo que, se eleito, desempenharia as suas funções no Conselho da UE até prestar juramento como eurodeputado em meados de julho. “O Conselho Europeu pode antecipar isto no final de junho ou início de julho e decidir sobre um sucessor”, ele disse.

De acordo com as regras da UE, a Hungria assumirá a presidência rotativa do Conselho entre julho e dezembro. O momento poderia inaugurar um cenário em que “um Orban descontrolado (estará) governando o Conselho durante os seis meses imediatamente após as eleições europeias de 2024,” Politico observou, acrescentando que outros líderes da UE “desesperadamente” deseja evitar tal resultado.

Orban tem estado em desacordo com as autoridades em Bruxelas em muitas frentes. O primeiro-ministro húngaro tem criticado a política de migração da UE e opôs-se consistentemente ao envio de armas para a Ucrânia, bem como à sua integração acelerada na UE. Ele também criticou as sanções da UE contra Moscovo, dizendo que prejudicam a economia do bloco.

A Hungria também bloqueou um pacote de ajuda de 50 mil milhões de euros (55 mil milhões de dólares) para Kiev, que deveria ser desembolsado entre 2024 e 2027, ao mesmo tempo que atacava a decisão da UE de congelar milhares de milhões de euros em assistência a Budapeste.

Os líderes da UE estão programados para se reunirem em 17 e 27 e 28 de junho, logo após as eleições parlamentares da UE. O Politico e outros meios de comunicação sugeriram que aproveitariam essas oportunidades para chegar a acordo sobre um substituto para Michel caso ele ganhasse as eleições, embora o processo tivesse de avançar mais rapidamente do que o habitual. Em circunstâncias normais, o mandato de Michel expira em novembro de 2024.

O presidente do Conselho da UE também rejeitou as alegações de que está a abandonar o navio durante crises simultâneas na Ucrânia e no Médio Oriente, dizendo que ainda lhe restam pelo menos seis meses no cargo. Ele também observou que o segundo semestre do ano seria marcado pela transição política em qualquer caso.

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