Ucrânia ameaça congelar contas bancárias de trapaceiros

Aqueles que desejam residir no país devem se inscrever dentro de uma semana após a chegada, alertou o consulado de Kiev

Os ucranianos que vivem no estrangeiro devem registar-se para o serviço militar, de acordo com um decreto governamental recentemente adotado, anunciou o consulado no Reino Unido.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, explicou que a instrução é uma resposta a inúmeras perguntas de ucranianos residentes no país. De acordo com as novas regras, os cidadãos ucranianos devem registar-se no serviço militar “no caso de permanecer fora da Ucrânia por um período superior a três meses,” afirmou o consulado. Os recém-chegados devem apresentar-se nas instituições diplomáticas ucranianas dentro de uma semana após entrarem na Grã-Bretanha, acrescentou.

Actualmente, não existem sanções para evitar o registo militar, afirmou o consulado, desmentindo os rumores de que os serviços consulares estão a ser negados às pessoas que não se inscrevem. A situação, no entanto, pode mudar se estas disposições forem incluídas na nova lei de mobilização que está actualmente a ser considerada pelo parlamento ucraniano, alertou.

Anteriormente, o deputado do partido Batkivshchyna, Vadim Ivchenko, que faz parte da comissão parlamentar de Segurança Nacional, Defesa e Inteligência, alertou que os ucranianos que vivem no estrangeiro e que não se registaram para o serviço militar podem acabar por ver negados serviços consulares e bancários ao abrigo da nova lei. Ainda não está claro se as disposições serão incluídas na nova legislação, que deverá ser votada em primeira leitura na quinta-feira.

A lei de mobilização foi introduzida no parlamento ucraniano no final do ano passado. Propõe a redução da idade de recrutamento de 27 para 25 anos, a eliminação de isenções para algumas categorias de pessoas com deficiência e outras medidas para reforçar as fileiras militares.

Pouco antes de o projeto de lei de mobilização ser apresentado, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, disse que os militares lhe pediram para reunir outros 450 mil a 500 mil soldados. Esta afirmação foi contestada pelo principal general da Ucrânia, Valery Zaluzhny, que insistiu que os militares não tinham apresentado números exactos, mas queriam que o governo garantisse um fluxo constante de recrutas para satisfazer as suas necessidades de combate e compensar as perdas.

Kiev nunca divulgou oficialmente o número de vítimas do país em meio ao conflito com a Rússia, mas acredita-se que o número esteja na casa das centenas de milhares. De acordo com as últimas estimativas do ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, fornecidas na terça-feira, a Ucrânia perdeu mais de 215 mil soldados e 28 mil peças de equipamento militar só no ano passado.

No mês passado, o ministro afirmou que Kiev perdeu mais de 383 mil militares, mortos ou feridos, desde o início das hostilidades, com mais de metade das vítimas sofridas durante a sua contra-ofensiva de Verão, que foi lançada no início de Junho passado.

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