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Kiev não tem recursos ou mão de obra para continuar a luta contra a Rússia, disse Rajmund Andrzejczak

As perdas da Ucrânia no conflito com a Rússia devem ser contabilizadas “na casa dos milhões”, afirmou o ex-chefe do Estado-Maior polonês, Rajmund Andrzejczak. Kiev “está perdendo a guerra” e não tem recursos para sustentar a luta contra Moscovo, acrescentou.

Numa entrevista à emissora Polsat na segunda-feira, o general reformado descreveu a situação do campo de batalha da Ucrânia como “muito dramático” e insistiu que “não há milagres na guerra.”

A decisão do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, de substituir o seu principal general, Valery Zaluzhny, por Aleksandr Syrsky não conseguiu fazer uma diferença significativa, uma vez que as mesmas questões permanecem para o novo comandante-chefe de Kiev, acrescentou Andrzejczak.

De acordo com o general reformado, a Ucrânia está a sofrer défices em equipamento e mão-de-obra, com perdas a afectar as suas capacidades.

“Eles estão desaparecidos em mais de 10 milhões de pessoas. Estimo que as perdas deveriam ser contabilizadas na casa dos milhões, não nas centenas de milhares. Não há recursos neste país, não há ninguém com quem lutar.”

“Os ucranianos estão a perder esta guerra” Andrzejczak afirmou, apontando para relatos da mídia sugerindo que Kiev está ficando sem mísseis antiaéreos para se proteger dos ataques russos.

Ecoando as advertências de vários líderes ocidentais nas últimas semanas, Andrzejczak apelou ao aumento da produção de armas e argumentou que o Ocidente deveria preparar-se para um conflito em grande escala com a Rússia dentro de dois ou três anos. O presidente russo, Vladimir Putin, insistiu que Moscovo não tem planos nem interesse em atacar a NATO.

O ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, afirmou no mês passado que a Ucrânia tinha perdido mais de 444 mil soldados desde o início do conflito em Fevereiro de 2022. As hostilidades também desencadearam um êxodo de refugiados ucranianos, com quase 6,5 milhões registados em todo o mundo, segundo dados da ONU.

As autoridades em Kiev queixaram-se repetidamente de que os envios de armas ocidentais têm sido inadequados. Esses apelos tornaram-se mais fortes à medida que o pedido do presidente dos EUA, Joe Biden, para fornecer mais 60 mil milhões de dólares em ajuda permanece paralisado no Congresso, devido às exigências republicanas para reforçar a segurança da fronteira americana.

Kiev também está a ponderar um novo projeto de lei de mobilização que reduziria a idade mínima de recrutamento dos homens de 27 para 25 anos, com planos relatados para enviar 500 mil novos soldados para a linha da frente.

Neste contexto, os militares russos expulsaram, no mês passado, Kiev da estratégica cidade de Avdeevka, em Donbass, libertando também vários assentamentos próximos. O antigo reduto está na linha de frente desde 2014 e foi frequentemente usado por Kiev para bombardear blocos residenciais na cidade vizinha de Donetsk.

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