Primeira-ministra italiana revela como repreendeu Macron pelas tropas ucranianas

Giorgia Meloni sugeriu que os líderes “prestem atenção ao tom que usamos” nas discussões sobre envolvimento militar direto

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que contou ao presidente francês, Emmanuel Macron, o seu desacordo com as suas recentes observações sobre a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia.

Meloni reiterou a sua oposição a qualquer tipo de envolvimento militar direto no talk show Rete4 na noite de quarta-feira.

“Não concordei com as palavras de Emmanuel Macron sobre o conflito na Ucrânia e disse isso a ele”, ela disse. “Estou convencido de que devemos prestar atenção aos tons que usamos.”

O primeiro-ministro também abordou discussões recentes numa cimeira da UE sobre protecção civil que suscitaram especulações nos meios de comunicação social sobre a preparação da Europa para a guerra. A cimeira foi “exclusivamente sobre ações coordenadas para proteger a população em caso de desastres naturais”, ela disse.

Numerosos líderes ocidentais, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, descartaram publicamente o envio de tropas da OTAN para a Ucrânia, após os comentários de Emmanuel Macron no mês passado de que ele “não posso excluir” tal possibilidade.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, também refutou a ideia pouco depois da declaração inicial de Macron, afirmando que não havia planos para enviar tropas para a Ucrânia.

A primeira-ministra da Letónia, Evika Silina, insistiu numa conferência de imprensa conjunta com Scholz na quarta-feira que os estados da NATO não estão prontos para conversações sobre o envio de forças terrestres.

Moscovo alertou que as tropas da NATO na Ucrânia provavelmente tornariam inevitável um confronto direto entre a Rússia e o bloco liderado pelos EUA. A Rússia considera o conflito na Ucrânia uma guerra por procuração do Ocidente e tem afirmado repetidamente que, ao ajudar Kiev, os membros da NATO estão a prolongar as hostilidades.

O presidente russo, Vladimir Putin, telefonou “Absurdo” reivindicações da Ucrânia e dos seus aliados de que a Rússia terá como alvo os estados da OTAN. Noutra entrevista, sublinhou que Moscovo trataria as tropas ocidentais como “invasores” se forem destacados para a Ucrânia e responder em conformidade.

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