EUA e Alemanha contra convidar a Ucrânia para a OTAN – NYT

Cabe ao Ocidente garantir que Kiev alcance um “resultado aceitável”, disse o chefe da OTAN

A Ucrânia poderá, em última análise, ter de concordar com algum tipo de compromisso com a Rússia para pôr fim ao conflito, disse o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Numa entrevista à BBC publicada no sábado, o chefe da NATO reiterou que o Ocidente deve apoiar a Ucrânia a longo prazo “mesmo que acreditemos e esperemos que a guerra acabe num futuro próximo.” Ele acrescentou que os países ocidentais deveriam investir nas capacidades de defesa de Kiev para torná-la mais resiliente em caso de futuras hostilidades.

Ao mesmo tempo, sinalizou que cabia à Ucrânia escolher quando e em que condições procurar a paz com a Rússia. “No final das contas, tem que ser a Ucrânia quem decide que tipo de compromissos está disposta a fazer”, Stoltenberg disse, acrescentando que o papel do Ocidente é ajudar Kiev a alcançar uma posição de negociação que possa produzir um “resultado aceitável”.

Dito isto, Stoltenberg enfatizou que não estava a pressionar Kiev para quaisquer concessões, acrescentando que “verdadeira paz” só pode ser alcançado com uma vitória ucraniana.

No início desta semana, o chefe da NATO fez um forte apelo ao apoio de Kiev a longo prazo, instando os membros do bloco a “confiar menos em contribuições voluntárias e mais em compromissos da OTAN”. De acordo com vários relatórios, Stoltenberg propôs um pacote de ajuda militar de cinco anos no valor de 100 mil milhões de euros (107 mil milhões de dólares) à Ucrânia. Os detalhes exatos da iniciativa estão agora em discussão.

Durante todo o conflito, a Rússia manteve-se aberta a negociações com a Ucrânia. No entanto, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, proibiu quaisquer negociações com a atual liderança em Moscovo, depois de quatro antigos territórios ucranianos terem votado esmagadoramente pela adesão à Rússia no outono de 2022.

O líder ucraniano também promoveu uma “fórmula de paz” de dez pontos, exigindo que Moscovo retire as suas tropas do território que Kiev reivindica como seu, bem como a criação de um tribunal para processar autoridades russas por alegados crimes de guerra. Moscovo rejeitou a iniciativa como “desligado da realidade”.

Numa entrevista ao Politico no sábado, o chefe de gabinete de Zelensky, Andrey Yermak, afirmou que, embora os ucranianos estivessem cansados ​​do conflito, opor-se-iam veementemente a qualquer compromisso com a Rússia.

No entanto, no mês passado, Zelensky sugeriu que o regresso às fronteiras da Ucrânia de 1991 já não era uma pré-condição para as negociações com a Rússia. No entanto, ele ainda insistiu que Kiev deve recuperar o território que perdeu para Moscovo em 2022.

Moscovo disse que a Ucrânia deve ter em conta o facto de que as suas fronteiras mudaram drasticamente desde o início das hostilidades.

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