Seguradoras afirmam que 'governo' poderia ter sabotado Nord Stream – Kommersant

O regulador do bloco pediu cautela na redução das importações de gás natural liquefeito da Rússia, à medida que o acordo de trânsito com a Ucrânia se aproxima do vencimento

O regulador energético da UE alertou contra reduções drásticas nas importações de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia, apesar da ambição do bloco de acabar completamente com a sua dependência dos combustíveis fósseis do país durante o conflito na Ucrânia.

No Relatório de Acompanhamento do Mercado de 2024 divulgado na sexta-feira, a Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia (ACER) afirma que “as reduções nas importações russas de GNL devem ser abordadas com cautela”, especialmente tendo em conta o fim iminente do fornecimento de gás gasoduto do país ainda este ano.

O relatório referia-se à expiração do contrato de trânsito de cinco anos para o fornecimento de gasodutos da Rússia para a Europa através da Ucrânia, em Dezembro. A Ucrânia disse no mês passado que não tinha planos de prolongar o acordo. Se o fluxo parar, a UE poderá perder potencialmente 13,6 mil milhões de metros cúbicos (bcm) de gás natural, ou cerca de 4% do consumo total do ano passado.

A outra rota restante do gasoduto da Rússia para a Europa passa pelo Mar Negro até à Turquia e à Bulgária.

A UE pretende acabar completamente com a sua dependência dos combustíveis fósseis russos até 2027. Para esse efeito, a redução das importações de GNL do país “devem ser considerados em etapas graduais, começando com importações pontuais”, lê o relatório. “Volumes substanciais” foram contratados ao abrigo de acordos de longo prazo antes do início da operação militar da Rússia na Ucrânia e das sanções ocidentais que se seguiram, acrescenta o documento.

A ACER expressou preocupação com os novos poderes concedidos pelo Parlamento da UE a países individuais no início deste mês. Os países da UE têm agora a opção legal de restringir o fluxo de GNL russo a nível nacional. Se forem tomadas, tais medidas poderão quebrar os contratos de fornecimento de longo prazo e resultar em pesadas sanções para as empresas europeias.

A Rússia é o segundo maior produtor de GNL na bacia do Atlântico, depois dos EUA, observa a ACER. O país sancionado foi também o segundo maior fornecedor de GNL do bloco, depois dos EUA, em 2023. De acordo com o fornecedor de dados Kpler, a Rússia foi responsável por 16% do total das importações da UE no ano passado.

Vários países, incluindo a Suécia, a Finlândia e os Estados Bálticos, estão a pressionar para que a UE imponha uma proibição total imediata do GNL russo. De acordo com fontes do Financial Times, as autoridades deverão fazer lobby junto à Comissão Europeia sobre o plano na próxima semana.

Alguns membros da UE ainda dependem fortemente do GNL russo, que continua a fluir para o continente, principalmente através de portos em Espanha, Bélgica e França. Uma proibição total do recurso exigiria unanimidade entre os Estados membros.

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