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Se você gostou da comédia de terror de Jordan Peele, “Get Out”, você vai adorar a comédia de terror de Ife Olujobi, “Jordans”, que estreou na quarta-feira no Public Theatre.

É pura coincidência que o primeiro nome de Peele seja Jordan e Olujobi tenha escrito uma peça sobre dois personagens chamados Jordan? As semelhanças não param por aí. Tanto “Get Out” quanto “Jordans” dão tantos suspiros quanto risadas. Mais significativo, cada obra apresenta personagens negros – um em “Get Out”, dois em “Jordans” – que se encontram na situação desconfortável de viver e trabalhar em um mundo governado por brancos.

Enquanto “Get Out” acontece em um churrasco suburbano sofisticado, Olujobi ambienta “Jordan” em um estúdio sofisticado de Manhattan, onde são produzidos anúncios e fotografias de moda e outros produtos (livros de autoajuda, refrigerantes, etc.). Quando uma modelo alta e bonita saiu com o primeiro dos trajes extravagantes e chamativos de Gween Jean, tive que soltar um suspiro de alívio. Peças encenadas em teatros Off Broadway sem fins lucrativos da cidade de Nova York podem ficar um pouco – como devo dizer? – triste. Mas aqui está o tipo de programa em que um cara que assiste “Eyes of Laura Mars” e “The Devil Wears Prada” pelo menos uma vez por ano pode realmente sentar e se divertir.

Os suspiros começam cedo quando a chefe do estúdio (Kate Walsh, que se lembra tanto de Faye Dunaway quanto de Meryl Streep) joga uma xícara de café na cara da recepcionista e atendente do estúdio, Jordan (Naomi Lorrain). Olujobi e o diretor Whitney White conseguem repetidamente trazer o subtexto à tona, com efeito estimulante e cômico.

O outro Jordan (Toby Onwumere) aparece quando o chefe decide que ela precisa trazer alguma relevância para o seu negócio. Este segundo Jordan é contratado para ser o “diretor de cultura”. Jordan nº 2 acha que tem um vínculo imediato com Jordan nº 1, que trabalha no estúdio há cinco anos. O primeiro Jordan não quer nada com ele, mas eles têm um jantar de qualquer maneira e a direção de White fornece uma mudança de cena simples e impressionante que não vou revelar aqui.

Também é encantador como o primeiro Jordan, trabalhando duro, monta outras cenas enquanto a equipe branca do estúdio pontifica sobre a vida, carreiras e nada mais de muita importância. Alguns dos melhores escritos de Olujobi são dedicados a essas confusões, sejam os caras se gabando de sua mais recente conquista sexual ou a equipe pensando em usar o tema da prisão para vender a última cópia do Rolex.

Esta equipe (Bronte England-Nelson, Brian Muller, Matthew Russell, Ryan Spahn e Meg Steedle) trata os dois Jordans como se fossem uma só pessoa, um insulto que o primeiro Jordan usa a seu favor. Esta revisão não revelará mais, exceto para dizer que Olujobi escreveu uma história complicada e muito menos previsível do que “Get Out”.

A direção das brancas só vacila no final. O caos que conclui “Jordans” precisa ser entregue rapidamente, e não com tal deliberação. Mais sangue de estágio também pode ajudar.

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