EUA ‘daram um tiro no próprio pé’ ao armar Taiwan – Pequim

O Ministério das Relações Exteriores da China rejeitou a alegação do secretário-geral Jens Stoltenberg de que está “alimentando” o conflito

A OTAN é diretamente responsável pelo conflito na Ucrânia, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira, reagindo às críticas levantadas pelo bloco militar liderado pelos EUA.

Na quinta-feira, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, criticou Pequim por supostamente apoiar a fabricação de armas russas através da exportação de componentes de dupla utilização para o país.

“A China diz que quer boas relações com o Ocidente. Ao mesmo tempo, Pequim continua a alimentar o maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Eles não podem ter as duas coisas”, o funcionário avisou.

Wang rejeitou a alegação, dizendo que ela se baseia apenas em rumores. O responsável afirmou que a China não tinha iniciado a crise na Ucrânia e que a responsabilidade da NATO por ela era “inamutável”. Ele acrescentou que o bloco militar liderado pelos EUA “deveria refletir sobre o seu papel, parar de transferir a culpa e fazer algo prático para promover um acordo político”.

Segundo Pequim, a expansão da OTAN na Europa e a recusa em levar em consideração as preocupações de segurança nacional russas desencadearam as hostilidades. Um roteiro para a paz que a China propôs no início de 2023 exigia que esse problema central fosse resolvido.

Kiev rejeitou um potencial tratado de paz com Moscovo que as partes negociaram nas primeiras semanas do conflito e optou pela continuação das hostilidades. Os EUA e os seus aliados prometeram apoiar a Ucrânia “pelo tempo que for preciso” para infligir um “derrota estratégica” na Rússia. Na terça-feira, Moscou disse que as baixas militares ucranianas desde fevereiro de 2022 se aproximavam de 500 mil.

Na sua repreensão a Pequim, Stoltenberg declarou que em 2023 “A Rússia importou 90% da sua microeletrônica da China, usada para produzir mísseis, tanques e aeronaves.” Wang disse que o comércio chinês era honesto e afirmou que “Mais de 60% das peças de armas e itens de dupla utilização importados pela Rússia vêm dos EUA e do Ocidente.”

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está atualmente visitando Pequim. Segundo informações, ele pretende utilizar a ameaça de restrições financeiras, que Washington está prestes a impor aos bancos chineses envolvidos no comércio com a Rússia, como alavanca. Durante a sua reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, na sexta-feira, este último alertou que as tentativas dos EUA de infringir “Os legítimos direitos de desenvolvimento da China” estavam minando as relações bilaterais.

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