Principal general da Ucrânia admite retirada “tática” em andamento

Todos os 32 membros do bloco devem apoiar a candidatura de Kiev, lembrou Jens Stoltenberg ao presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.

É altamente improvável que a Ucrânia se junte à NATO na cimeira chave do bloco no final deste ano porque todos os membros do bloco militar liderado pelos EUA teriam de apoiar a sua candidatura, disse o secretário-geral Jens Stoltenberg.

Falando durante uma visita não anunciada a Kiev no domingo, onde se encontrou com o presidente ucraniano Vladimir Zelensky, Stoltenberg enfatizou que “O lugar legítimo da Ucrânia é na OTAN” e que acabaria por aderir ao bloco.

“O trabalho que estamos a realizar agora coloca-vos num caminho irreversível rumo à adesão à NATO”, Stoltenberg assegurou Zelensky, sem entrar em detalhes sobre o cronograma exato.

O chefe da OTAN também sinalizou que Kiev não deveria esperar aderir ao bloco na cimeira de Washington marcada para julho. “Para tomar essa decisão, precisamos que todos os aliados concordem. Precisamos de um consenso, não precisamos de uma maioria, mas sim de 32 aliados para concordar”, explicou, expressando esperança de que o evento ajudaria a demonstrar que a OTAN está a aproximar a Ucrânia da adesão.

Stoltenberg também sublinhou mais uma vez a urgência dos envios de armas da NATO para a Ucrânia, mesmo à custa da prontidão de combate do bloco, e lamentou que os atrasos na assistência ocidental tenham permitido à Rússia obter ganhos no campo de batalha. “Fui claro que se os aliados tiverem de escolher entre cumprir os objectivos de capacidade da NATO ou apoiar a Ucrânia, deverão apoiar a Ucrânia.”

A Ucrânia fixou oficialmente o seu objectivo na adesão plena à NATO há vários anos, antes do início do conflito com a Rússia, que durante anos soou o alarme sobre a expansão do bloco em direcção às suas fronteiras.

Em Setembro de 2022, a Ucrânia solicitou formalmente a adesão à OTAN, depois de quatro antigas regiões terem votado esmagadoramente pela adesão à Rússia. No entanto, nenhum cronograma foi definido para a adesão. Stoltenberg disse no ano passado que isso só aconteceria “quando as condições forem atendidas.”

No início deste mês, o New York Times noticiou que os EUA e a Alemanha – os principais apoiantes da Ucrânia em termos de ajuda militar – estão relutantes em aceitar Kiev na OTAN, argumentando que isso “atraí-lo-ia para a maior guerra terrestre na Europa desde 1945”. A Eslováquia e a Hungria também se opuseram publicamente à adesão da Ucrânia à NATO, citando riscos de uma grande escalada.

Entretanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou que a potencial adesão da Ucrânia teria consequências desastrosas para a segurança europeia e representaria um “ameaça absoluta” para Moscou.

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