O partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, poderá ganhar hoje o seu segundo cantão, Saale-Orla, na região da Turíngia (leste) e a vaga de protestos não se fez esperar. Dura, aliás, há quase 15 dias. Na primeira volta desta eleição local, o candidato da AfD, Uwe Thrume, obteve 45,7% dos votos na primeira volta, à frente do rival democrata-cristão (CDU) com 33%.

Nas últimas duas semanas, o partido tem sido alvo de forte contestação, com manifestações um pouco por todo o país. Segundo especialistas citados pela agência de notícias AFP, estes protestos poderão ter impacto na hora de votar. Durante o fim-de-semana, mais de 800 mil pessoas saíram à rua em centenas de cidades e aldeias do país para denunciar os perigos que a ascensão do partido representa para a democracia.

Em Düsseldorf, a polícia contabilizou 100 mil manifestantes no sábado e em Hamburgo (norte) o movimento ambientalista Fridays for Future também reclamou a presença de outras cem mil pessoas na manifestação de hoje. As manifestações surgem após a divulgação de um plano, que estaria a ser desenhado pelos membros do AfD, para a expulsão em massa de estrangeiros e “cidadãos não assimilados”.

Depois de meses a subir nas sondagens, o partido anti-imigração desceu nas intenções de voto após as primeiras manifestações, passando de 23% para 21,5% das intenções de votos. Os especialistas lembram, no entanto, que as eleições locais serão realizadas numa região onde, tradicionalmente, o partido consegue os seus melhores resultados (nos ‘Länder’ do leste da Alemanha, como a Turíngia).

As assembleias de voto encerraram às 17h, esperando-se que os resultados sejam conhecidos ainda esta noite.

O impulso da AfD é alimentado precisamente pelo aumento da imigração e pela impopularidade do governo do chanceler social-democrata Olaf Scholz, no poder desde dezembro de 2021. O partido já governa um cantão na Alemanha desde a vitória em junho na comunidade de Sonneberg, também na Turíngia.

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