Revés de inverno no mercado da Premier League: “Chegaram ao limite”

A bolha da Premier League inflou ao infinito em 2023. Os clubes ingleses gastaram 3,1 mil milhões de euros! em contratações em 2022-23. Um ‘pasto’ graças a atingir 842,6 ‘quilos’ num mercado recorde de inverno em que o Chelsea quebrou todos os recordes. Os ‘blues’ compraram Enzo Fernndez (121,5) por 329,5 milhões, Mudryk (70), Badiashile (38), Madueke (35), Malo Gusto (30), Andrey Santos (12,5), Datro Fofana (12) e João Flix ( 11, por empréstimo), elevando o seu investimento anual em jogadores de futebol para 611,5.

Uma loucura ‘made in Boehly’ que levou a Liga Inglesa a acumular o triplo dos gastos no inverno em janeiro de 2023 do que a Ligue 1 (132,4), a Bundesliga (67,3), LaLiga (35,5) e Serie A (32,4) combinadas (267,6). Uma tendência que continuou a aumentar no verão passado, com os 20 clubes da Premier comprando jogadores no valor de 2,8 mil milhões. Seu lucrativo contrato de televisão, seus proprietários ricos, sua falta de teto salarial…eles dispararam o desembolso do ‘futebol’ na última década. Porém, tudo mudou nesta janela.

Gastos com transferências Premier no mercado de inverno de 2024 Caiu 86%! em comparação com 2023. Passaram de 842,6 milhões há um ano para 121,3 este ano.. O campeonato inglês, que este mês perdeu a liderança a favor da Ligue 1 (190,9), travou num souk onde vivem ‘gigantes’ como Van Dijk, Bruno Fernandes, Laporte, Aubameyang, Fernando Torres, Luis Daz , Luis Surez ou Bruno Guimarães.

Dragusin (25 ‘quilos’ para o Tottenham) tem sido a contratação mais cara de uma janela inglesa em que Arsenal, Chelsea, Everton, Liverpool, Manchester United e Newcastle nem sequer se mexeram. O City contratou Echeverri (16)… mas para 2025. O argentino lidera o futebol. Eles compraram futuros (Wharton (Crystal Palace), Rogers (Aston Villa), Barco (Brighton), Bergvall (Tottenham…), transferências fechadas (nal (Bournemouth), Phillips (West Ham), Reyna (Forest), Reguiln (Brentford), Werner (Tottenham)…) e vendeu muito (97 ‘quilos’ no total) emagrecendo as contas.

O Crystal Palace, com 29,1 milhões, é quem mais tem saído neste ‘mercado de transferências’. Um número que no ano passado, nesta altura, foram ultrapassados ​​por 11 equipas (Chelsea, Southampton, Arsenal, Bournemouth, Newcastle, Liverpool, Leeds, Wolverhampton, Nottingham Forest, Leicester e Aston Villa). Sintomas de uma crise de inverno explicados no MARCA pelo economista Kieran Maguire.

Os principais clubes já devem 2,1 bilhões em taxas de transferência de campanhas anteriores. Isto, combinado com o facto de várias equipas estarem perto de violar o Fair Play Financeiro ou de enfrentarem acusações por o excederem, levou à restrição de gastos.

Kieran Maguire, ‘Preço do Futebol’

“Os clubes principais já devem 2,1 bilhões em taxas de transferência de campanhas anteriores. Isso, combinado com o fato de várias equipes estarem perto de não cumprir o Fair Play Financeiro ou de terem cobranças por excedê-lo, levou à restrição de gastos. impacto que a Liga Saudita não comprou os jogadores de futebol para venda ao Premier como fez anteriormente. No verão os gastos habituais voltarão… mas agora eles têm que equilibrar as contas“, afirma o professor de economia responsável pelo portal ‘Preço do Futebol’.

Acelerar punições

O -Penalidade de 10 pontos contra o Everton por quebrando as regras de sustentabilidade e lucro da Liga Inglesa depois de ter perdas de 125 milhões em três anosquando o Premier permite apenas 105 de acordo com o seu Fair Play Financeiro, foi um alerta para toda a Liga. Os próprios Toffees e o Nottingham Forest também foram acusados ​​de irregularidades financeiras em janeiro. e eles poderiam ser sancionados.

No verão, A Primeira Assembleia votou por maioria (pelo menos 14 clubes devem concordar) que as punições por não cumprimento do Fair Play Financeiro serão aceleradas para que a dedução de pontos, se houver, fosse feita antes do final das temporadas para não penalizar as equipes que cumprirem as regras. No próximo verão espera-se que os clubes consigam modificar uma FPF que seja menos ‘dura’ do que outras como LaLiga ou UEFA.. Já em agosto de 2022, ‘The Times’ publicou que o primeiro-ministro estava a negociar a imposição de um limite salarial para que os gastos com a equipe esportiva não ultrapassassem 70%, incluindo salários de jogadores, treinadores, amortizações de transferências e parcelas proporcionais aos agentes.

A rápida aplicação de punições por quebra de regras de lucro e sustentabilidade fez com que gastos caíssem

Sam Lee, ‘O Atlético’

Tudo isso criou um cenário de incerteza que fez as equipes recuarem neste mercado de janeiro. “A rápida aplicação de punições pelo descumprimento das regras de lucro e sustentabilidade fez com que os gastos caíssem. Vimos como o Everton teve pontos deduzidos por ter muitas derrotas. E os demais clubes estão cautelosos com medo de possíveis sanções. É por isso que não houve muito movimento”, Sam Lee, jornalista do ‘The Athletic’, disse ao MARCA. Uma linha que também compartilha Marcelino Elena, ex-jogador e diretor da agência de representação ‘Agência Espanhola de Futebol Esportivo’.

Viemos de alguns ou três mercados em expansão. Agora, tudo voltou ao normal. Na Premier vão continuar gastando, mas as coisas se estabilizaram quando chegaram ao limite, o máximo de suas possibilidades

Marcelino Elena, ‘Agência Espanhola de Futebol Esportivo’

“Nos mercados anteriores, os clubes da Premier atingiram o seu limite máximo e alguns até o ultrapassaram. A pandemia, o Brexit… houve situações que fizeram o mercado redirecionar, estreitar e fazer com que os clubes parassem de gastar tanto dinheiro. Depois passamos para alguns ou três mercados de expansão. Agora, o ‘pêndulo’ se estabilizou e tudo ficará mais normal. Mais contenção, prudência… O volume de investimento no Premier continuará grande, mas as coisas se estabilizaram quando chegaram ao limite, ao máximo de suas possibilidades”, destaca Elena no MARCA.



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